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EU, ELDER F.


Livros, filmes, fotografias e histórias contadas pela metade.

O dia em que decidi encerrar as minhas parcerias com as editoras

É fácil identificar o que leva a maioria a criar espaços literários na Internet: o anseio de estabelecer parcerias com grandes editoras. A lógica é simples, primeiramente o blogueiro se torna parceiro de uma editora, depois começa a receber livros como cortesia. O "pagamento" pelos livros é o comprometimento do blogueiro em ler as obras enviadas pelas editoras e resenhá-las no seu blog. Assim, o que antes era apenas um passatempo agora se torna também uma forma de se ganhar livros de graça. 

Afinal, quem não quer ganhar livros apenas sob o custo de resenhá-los?

Os blogueiros literários, entusiasmados com a possibilidade de ganhar livros de editoras, começaram uma corrida contra o tempo para fazer com que os seus blogs fiquem cada dia mais popular. Essa popularidade, na visão de alguns blogueiros — e de algumas editoras —, está ligada ao número de seguidores que o blog possui nas redes sociais e a quantidade de comentários que as postagens do blog possui. Um número alto de seguidores e comentários passa uma imagem de popularidade que, na maioria das vezes, realmente reflete a popularidade de um site, blog ou canal, mas nem sempre.
No âmbito dos blogs literários, esses números podem passar uma falsa imagem de popularidade ao invés de popularidade de fato, visto que, para atingir a "popularidade" que atrai editoras, muitos blogueiros se utilizam de artifícios "colaborativos" para elevar o número de comentários e seguidores. 

As trocas de seguidores baseadas no "me segue que eu te sigo de volta" são comuns no Twitter e Instagram e na blogosfera literária não poderia ser diferente. Blogueiros seguem outros blogueiros e, com a ajuda mútua, aumentam os seus números de seguidores sem perceber que no final eles estão limitando o próprio público.

A troca de seguidores e curtidas aumenta a "popularidade" do blog sob o custo de criar uma bolha de blogueiros literários que, com raríssimas exceções, se bastam a si mesmos, como se a blogosfera literária apenas vivesse a custa dos próprios blogueiros literários que leem e comentam em outros blogs literários. 

No que diz respeito aos comentários, a tática é quase a mesma do "me segue que eu te sigo de volta", mas requer um pouquinho mais de esforço do que apenas clicar em um botão de "seguir". Os blogueiros comentam em postagens de outros blogs, às vezes mesmo não tendo lido a postagem e fazendo observações genéricas, esperando que esses blogueiros literários retribuam o gesto. No final do comentário, alguns blogueiros colocam o link para o seu blog, como que fazendo um convite — que soa quase como uma obrigação  que diz: "agora vá no meu blog e retribua o comentário que acabei de fazer no seu"

Assim, com números altos de seguidores e vários comentários, a "popularidade" líquida — Bauman que me perdoe!  está instaurada. A partir de então, é só esperar que as editoras iniciem as suas seleções de blogs literários e começar a torcer para ser selecionado como um blog parceiro.

O sistema de escambo descrito acima faz com que, no final das contas, a sustentação da blogosfera literária seja feita, na maioria dos casos, pelos próprios blogueiros literários. Sendo que os blogs literários ficaram tão dependentes dos próprios blogueiros literários que qualquer feedback de um verdadeiro leitor — e não de alguém em busca de retribuições — já é um motivo para celebrar. No momento em que o blogueiro literário começa a perceber que está aos poucos saindo da bolha dos blogs literários e atingindo leitores de fora da blogosfera, ele se dá conta de que as horas dedicadas à manutenção do blog possuem um propósito maior: o de informar e propagar cultura.

No início do meu blog, segui os passos que os novos blogueiros seguem e, para ser honesto, no início foi bom, pois as práticas descritas anteriormente me trouxeram alguma "notoriedade". Mas essas práticas também me traziam cansaço e, pior do que isso, elas me causavam alguma frustração, pois os meus leitores não passavam de outros blogueiros literários que, como eu, também buscavam um pouco de atenção

O rompimento da bolha em que eu me encontrava, que me fez decidir não mais me importar com essa popularidade contrafeita, aconteceu quando recebi na minha caixa de entrada do Facebook um comentário de uma leitora de Londrina chamada Jovana.
Jovana Mariano — 10/20, 8:48pm
Cara parabéns pelo blog, estava num domingo de depressão e nem sei como fui parar no seu último post, comecei a ler e incrivelmente terminei (não que isso nunca tenha acontecido!) mas nas idas e vindas é que no fim eu até esqueci pq estava deprê! Continue, muito bom!
No momento em que li a mensagem da Jovana, imediatamente decidi parar com as "retribuições", pois me dei conta de que os leitores não necessariamente seguem ou comentam, embora eles sempre estejam sorrateiramente te observando. 

Não dá para você medir a popularidade do seu blog literário usando apenas números de comentários ou curtidores. Nesses seis anos na blogosfera, descobri que muita gente prefere ficar sem se envolver ou comentar, alguns gostam de usar o Twitter para dar feedbacks, críticas e conselhos e outras pessoas só gostam de clicar no botão de "curtir", mas a maioria passa invisível, sendo apenas possível saber da existência desses leitores invisíveis através do uso de tecnologias como o Google Analytics.

Libertei-me, nessa época, da bolha da autossuficiência dos blogs literários, mas acabei me vendo preso em outra bolha: a das parcerias com as editoras.

Não me interpretem mal, é maravilhoso receber livros de graça apenas sob o custo de resenhá-los e, como várias vezes me aconteceu, chegar em casa e encontrar uma obra lhe esperando na caixa do correio como cortesia de alguma editora. É, digo mais uma vez, maravilhoso. . . quando você tem tempo escorrendo pelas mãos e precisa preencher esse tempo imediatamente.

Na própria Bíblia, que eu leio não por afinidades religiosas mas porque muitas obras literárias fazem releituras do "texto sagrado", consta em Eclesiastes, Cap. 3: “Existe um tempo certo para cada coisa, momento oportuno para cada propósito debaixo do Sol: Tempo de nascer, tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de colher.” Eu adicionaria mais um tempo a essa lista: o tempo de encerrar as parcerias com as editoras.

Nos últimos anos, o vestibular, a universidade, recentemente o intercâmbio e, desde o ano passado, o emprego, foram ferozmente engolindo o meu tempo livre, deixando-me cansado e, quase sempre, sem energias durante a semana. Afinal, não tendo nascido herdeiro e nem tendo ganhado na mega da virada, não me resta outra opção a não ser o trabalho duro e a escassez do tempo no ritmo do dia-a-dia.

Por causa das minhas tantas ocupações, a frequência das minhas leituras diminuiu. E é aí que começou a morar um dos meus problemas: o meu blog tinha parcerias com editoras e, como consequência disso, eu recebia livros para ler e resenhar. Na falta de tempo em que eu me achava (ou me perdia?), os meus horários livres eram preenchidos com leituras de livros das editoras parceiras, fazendo com que eu deixasse de lado outras leituras mais interessantes para dar espaço aos livros das parcerias que necessitavam o quanto antes serem lidos e resenhados. 

Um dia, sem quê nem pra quê, conclui que a leitura, atividade que mais me dá prazer, havia se tornado uma chata obrigação. 

Fuéééén.

Assim, os livros da minha estante que mais me chamavam atenção iam ficando para trás, visto que os livros das parcerias precisavam ser lidos e resenhados o mais breve possível. E acreditem, é frustrante postergar a leitura de um livro que você tanto queria ler para abrir espaço para outras obras que não fazem os seus olhos brilharem tanto assim.

No mês passado, para estourar todas as "bolhas" que me envolviam e viver livremente, decidi encerrar as parcerias com as editoras numa atitude que alguns chamariam de egoísmo, mas que eu prefiro chamar de libertação. 

Estabeleci-me como meu próprio senhor, escrevendo quando eu bem entender e lendo o que me der na telha — ou o que me derem de presente. E como é boa a sensação advinda dessa liberdade.

A vida é curta para se ler livros que não se quer ler, ouvir músicas que se não quer escutar e assistir filmes que nem de longe despertam atenção. Se em algum momento você começar a notar que os seus hobbies estão se transformando em uma grande bolha ao redor de você, pegue um lápis com uma ponta bem afiada e estoure essa bolha gigante antes que a falta de oxigênio comece a lhe sufocar. 

15 comentários:


  1. Eu senti a sua libertação nas palavras desse texto. E sinto porque passo pela mesma situação que você. Nesse mês de Março, dos cinco livros - que consegui ler - que li, apenas dois não foram leitura obrigatória de parceria, lembro que no começo do meu blog eu lia o que queria e falava disso quando me sentia a vontade no blog. Enfim, eu te entendo mais do que nunca.

    Boas leituras e continuo acompanhando seus textos pq sua escrita é maravilhosa.

    Abraços, Helena.

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  2. Nossa! Que perfeito. E esse foi meu pensamento desde que iniciei no blog. Muitos falaram para eu fazer parcerias com editoras e escritores. Mas sempre tive receio. Justamente por causa do tempo e ler por obrigacão. Então fui tentando somente com escritores. Mas agora, até com escritores estou pedindo sinopse, caso o livro me interesse e for meu estilo eu aceito. Eu queria e sonho em viver da literatura, estou escrevendo meu primeiro romance e preste a lançar. Mas enquanto não consigo realizar este sonho infelizmente tenho que ser seletiva nas leituras por falta de tempo. Mas ai da faço desafio de ler algo que não é meu estilo pelo meu clube literário, pois lá a leitura é em coletivo. Mas parceria, você tem que ser muito responsavel e ter tempo para dedicar. Quem sabe ai da chego lá. Parabéns pela matéria, é estimulador e libertador. Paty leiturasplus.blogspot.com

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  3. Cheguei a desejar ardentemente (e a ter) parcerias para o Relicário, até perceber que todos esses desejos de livros na caixa de correio e aumento de seguidores estavam tomando demais meu tempo. Percebi isso há mais ou menos três anos. Inclusive tinha um hábito semanal de listar os blogs que comentavam e retribuir cada visita - era algo bastante cansativo que, por vezes, tomava uma manhã inteira minha de domingo, por exemplo. Tudo isso recai exatamente no que você descreve: um desgaste que, embora prometa um feedback, não parece tão promissor quando analisamos as verdadeiras consequências a longo prazo (ainda mais quando você necessita fazer isso semanalmente).

    Dito isto, uma plataforma de blogs que parece não se sustentar nessas bolhas e que tem me atraído bastante é o Medium (imagino que já tenha ouvido falar), que permite uma interação ativa entre pessoas desconhecidas através das indicações de leitura no fim de cada post, que pode vir de qualquer lugar, qualquer lugar mesmo. A própria plataforma deixa bem claro que o foco não é o autor dos posts ou o blog em si, mas o texto e a interação com outros textos, e isso é muito bom. Acredito que ajuda a empalidecer essa necessidade de "retribuições" (sem contar que penso em transplantar o Relicário para lá no futuro).

    No mais, fico muito feliz em ver um trabalho como o seu ser tão elogiado e alcançar tanta gente (isso fica claro nos comentários printados). Gosto demais dos seus textos e o modo simples e sutil com que você escreve e, se não os leio com a frequência que gostaria, é graças ao mal clássico de nossa geração: a falta de tempo.

    Abraços!

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  4. Uau!!!! Vou anotar a dica final, se um dia o hobby ameaçar me engoli farei isso com muito orgulho e arte. Por hora confesso que tem sido uma experiencia interessante as parcerias, depois de dois anos de blog, esse é o terceiro, amealhamos algumas parcerias com editoras cujos livros faziam parte da nossa rotina e isso tem nos trazido prazer... mas a vida muda, compromissos surgem de onde menos esperamos e nunca se sabe até quando vamos viver a experiencia de blogar no nosso atual ritmo, digo nosso porque somos eu e a Michele administrando o blog e mais algumas pessoas colunando. Eu particularmente também não nasci herdeira, mas também não estou mais em idade escolar e os livros preenchem lacunas no meu dia, me divertem me ajudam a digerir a vida e seus desafios, é duro ser adulta... Vou guarda seu conselho e seu relato, porque ninguém sabe o dia de amanhã, quando a memoria de sua experiencia pode revolucionar a minha!

    Pandora
    O que tem na nossa estante

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  5. Parcerias é algo muito bom, mas até as coisas boas tem limites. Existem pessoas que vão se inscrevendo em parcerias adoidados e se conseguem passar em boa parte delas, acabam não conseguindo dar conta, porque são muitos livros para ler. Ano passado eu li poucas coisas que não foram de parceria, e esse ano, com as parcerias em menor quantidade, tenho conseguido ler mais o que eu quero. Entendo muito o seu lado e concordo com tudo que você disse sobre as pessoas darem importância aos números. Eu já fui bem mais focada nisso, agora nem tanto, mas é complicado se desvencilhar dessa parte. Sobre as pessoas deixarem o link no final do comentário, eu acho bacana. Pelo comentário dá pessoa dá para ver a sua intenção, se é forçado ou não, e quando não é, eu sempre retribuo a visita. Também acho que quem sustenta os blogueiros são ou outros blogueiros, é bem raro ver comentários de leitores. Mas existem outras formas de interação deles, e isso já é o bastante. Adorei seu texto, e espero que continue tendo leituras maravilhosas.

    Beijos, Gabi
    Reino da Loucura

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  6. Parabéns, belo texto! Realmente, muita gente se mata por essa de parcerias, tanto que cheguei a pensar que era a única que pensava assim também. Já realizei essas trocas de comentários, mas era horrível ver números lotados em comentários e pensar que aquilo era meio que uma obrigação. Deixei para trás e sou imensamente grata pelos poucos números que tenho, mas os comentários sinceros e carinhosos de meus leitores. Nunca realizei troca de seguidores, mas sempre vejo uma chuva de blogs literários fazendo isso. Abraços, ótimo post!

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  7. Oi. Gostei muito do que escreveu e representa uma realidade irrefutável. Inclusive, essa troca de favores entre blogueiros para aumentar seguidores e manter um número de comentários em postagens vem também do fato que as própria editoras desvalorizam os blogueiros. Exigem tantas visitas dia, comentários mínimos e mínimo também de seguidores. A qualidade da escrita e a capacidade de concatenar ideias é algo que pouco importa ou que é deixado em último plano. Então penso que muitos blogs não colaboram, de fato, para um incentivo à compra e divulgação de uma obra. Eu já me senti frustrada com isso, tenho apenas duas parcerias no meu e vejo que os critérios acima citados são primordiais para consegui-las. Mas de um tempo para cá deixei de me importar com isso porque realmente penso que escrever para um blog compartilhando ideias deve ser sobretudo algo que lhe dê prazer, não algo obrigacional. E nesse nicho literário com as parcerias acho que as vezes perdemos um pouco do prazer de ler e escrever sem obrigação, quando passamos a ter nossas leituras condicionadas a prazo.
    E a leitura dos gêneros depende muitas vezes do momento que esteja vivendo na sua vida, ainda que você goste do gênero. E com as parcerias você perde um pouco a capacidade de escolha.
    Aqueles que realmente gostarem do seu blog o acompanharão e participarão de alguma forma sim.

    www.blogandolinhas.com.br

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  8. Oii Elder!!
    Como me senti aliviada ao ler o seu texto!! Quando criei o meu blog, o único objetivo em minha cabeça era: Expor aquilo que guardo para mim após uma leitura maravilhosa, nunca tive com quem compartilhar as sensações apos ter um livro, então vi que o blog seria ótimo para suprir minha necessidade de conversar com alguém... Então meu blog está quase completando um 1 ano e fiz parceiras com editoras e autores, não me arrependo, mas talvez se eu voltasse no tempo não teria feito, eu gosto de ler livros do meu gosto, que me agradam e qdo você faz uma parceria está obrigado a ler o que eles te enviarem, isso não me agrada, penso comigo que há tantos livros bons e eu perdendo tempo com uma leitura que não me agrada, então resolvi não fazer mais parcerias, vou manter as que eu tenho até o contrato acaber e depois não renovarei...
    Em relação a troca de seguidores e comentários é um tanto triste, qdo entrei nessa bloguesfera percebi que funcionava assim, vc segue um blog e ele te segue de volta, as vezes eles te deixam um comentário q vc tem q retribuir, o que é triste é que as vezes eles nem leem seu post direito e posta qlqr comentário e vc tem que ir lá no blog do amigo "devolver" o comentário... Quando alguém de um blog deixa um comentário no meu, eu vou lá e "devolvo" mesmo não gostando muito da forma como isso é abordado, acho que sim, deveria ter mais entronização entre os blogueiros, mas não deveria ser algo forçado!!
    Bem é isso, escrevi demais!!

    Beijinhos!!

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  9. Oi Elder! Gostei muito do seu post. Tem razão em tudo o que escreveu. Criei um blog literário há três anos (sobrelivrosetraducoes.com.br) e percebi tudo isso que você escreveu. Fiquei extremamente contente em ter sido selecionada pela Intrínseca, que é minha editora preferida, porque na época (e até hoje) meu blog não tinha a popularidade mencionada - nunca usei destes artifícios do SDV (que, na verdade, eu abomino). No entanto, eu também já tinha parceria com a Arqueiro e Sextante e percebi que só tinha tempo para ler as cortesias enquanto a minha pilha de livros comprados por gosto e prazer crescia, negligenciada. Este ano, decidi não me inscrever em nenhuma nova parceria e também não tentei renovar a parceria com a Arqueiro. O conteúdo deve falar por si. Acho que a dedicação e o prazer em ler e resenhar valem todo o esforço e são "recompensados" com estas mensagens de leitores que você citou no seu post!

    Beijo,
    Brenda

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  10. Olá!

    Eu vi meu passado e um futuro que eu imaginava nesse texto. Eu também seguia o mesmo esquema de comentários no meu blog, mas vê que eram todos buscando a mesma coisa, me desanimava. Então algumas vezes eu fazia testes. Eu postava algo e não comentava em nenhum outro blog, ou quando comentava, não deixava o link. Resultado, raramente aparecia um comentário "por vontade própria". Isso me desanimou bastante em relação ao blog e deixei ele de lado, principalmente que com o YouTube, o público do blog está caindo cada vez mais. Eu nunca tive parceria com editora, e depois de tentar algumas vezes, vi que era apenas números que elas queriam e era frustante entrar nessa disputa. Então estou fazendo as coisas do meu jeito, tentando usar o Instagram para fazer um "novo blog", acho que vai dar certo, mas vou fazer tudo no meu tempo, para que não me decepcione de novo.

    Abraços,
    Maria.

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  11. Olá!
    Me reconheci no seu post! Já tem algum tempo que venho analisando as coisas dessa forma, minha estante esta repleta de livros que comprei porque queria muito ler e até agora não consigui (Comprei na BF), e cada vez mais eles vão ficando para trás. Com o tempo começamos a visar editoras pelo prazer de ganhar os livros, mas quando saem as seleç~es é decepcionante, sei que sou melhor que muitos ali, mas meus números não são.... Sem falar no peso de ter que ler quando não se quer porque existe uma obrigação a ser feita, enfim, estou me libertando disso também... Aguardando por leitores carinhosos que tenham o prazer de comentar ou não, afinal o número de visitas nos mostra que muitos passaram por ali, só não quiseram comentar, mas a visita aconteceu, e esta na hora de ser livre!!

    Beijokas!

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  12. I know that feel... Eu nem tinha muita parceria, mas recentemente a Novo Conceito estava me sufocando :( no começo era ótimo pq tinha muito tempo livre e nada pra ler, porém vários livros por mês eu não tava dando conta, me planejava e alguns mesmo chatos, forçava a leitura para entregar a resenha. Eles enviavam de 6 a 10 lançamentos por mês (não escolhiamos).

    Mais recente ainda tem o caso com a única parceria remanescente: Intrínseca. Por conta da NC os livros foram acumulando, tive que acelerar e entregar as resenhas pendentes foi tenso mas consegui; ainda continuo com a Intrinseca pq se pode escolher os títulos e penso muito antes de pedir alguma coisa então dá pra manter.

    Sobre os blogs é F*! Eu perdia muito tempo, alguns blogs lia por gostar do blogueiro mesmo e me identificar mas outros era em busca de reconhecimento. No início tudo é bom...até virar obrigação. Quando comecei o técnico tive que me decidir se lia blog ou estudava, e hoje em dia grande parte daqueles blogs nem existem mais! Só ficaram "os fortes".

    Super me identifiquei com o texto, em breve essa será minha realidade :(

    Abs

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  13. Olá, Élder!
    Fiquei encantada com esse seu texto/crítica. Descreveu toda a realidade vivida pelos blogueiros e editoras. Acredite ou não, minutos atrás comentei com minha mãe sobre isso de "quantidade não é qualidade". Concordo plenamente que não devemos nos "humilhar" a esse ponto só para ganhar livros. No meu blog mesmo (www.livrosdagarotavermelha.com.br) faço por amor e porque quero conversar mais com as pessoas que gostam das mesmas coisas que eu. Espero que um dia esses fatos citados por ti mudem. Sempre venho aqui porque gosto dos conteúdos que posta. Amei!
    Beijos, Garota Vermelha

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  14. Me identifiquei muito com seu texto, não sou dona de um blog mas escrevo para um e logo no início reparei que a maioria dos comentários era de outros blogueiros, sendo que tudo que eu queria era incentivar outras pessoas a ler livros legais como eu era incentivada por alguns canais literários. Quando me foi oferecida a oportunidade de receber livros de parceria eu achei muito legal. Mas eu também acabei com a sensação de que estava perdendo a chance de ler tantas coisas que eu realmente queria ler. Então acabei me mudando pra outro país e isso acabou sendo uma benção, pois só leio e resenhista o que eu realmente tenho vontade. Acho que a maioria do pessoal tem uma visão errada dessa história de ter um blog e parcerias e tal.
    Pra finalizar, muito coerente seu texto, parabéns.

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