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EU, ELDER F.


Livros, filmes, fotografias e histórias contadas pela metade.

Intercâmbista de primeira viagem: cheguei nos EUA, e agora?

Desembarquei, e agora? Não se desespere, respire fundo, tente encontrar alguém da universidade que veio te buscar no aeroporto e, ao chegar na sua instituição de destino, busque pelos brasileiros - eles são fáceis de serem encontrados. "Mas o meu plano era fingir que eu era indiano para não ter que falar português com ninguém!" O meu plano era ser rico e até hoje não cheguei lá. Em resumo, não se pode ter tudo, mas se encontrarmos as pessoas certas, ao menos poderemos evitar dores de cabeças nos primeiros meses de intercâmbio. Escutar quem já passou pelo que você está passando pode ser essencial para a sua adaptação e para o seu bolso. Infelizmente, na universidade onde estudei, eu estava entre a primeira leva de brasileiros que a instituição recebia e, por causa disso, tive que aprender quase tudo na marra. No final, aprendi bastante e decidi escrever esse post para compartilhar o que sei com quem está começando essa experiência incrível que é estudar no exterior, experiência que me mudou em tantos níveis diferentes.

1. Já peguei as bagagens, e agora o que faço?



Um pouco antes de embarcar para os Estados Unidos, você deve entrar em contato com o seu advisor ou alguém do International Office da sua universidade de destino e preencher um formulário com informações referentes ao seu voo e horário de chegada. Desta forma, eles irão enviar alguém para te esperar no aeroporto e te guiar até seu dormitório. No entanto, em algumas universidades não existe formulário, apenas um e-mail informal, e ninguém te busca no aeroporto, você quem tem que pegar um táxi e se virar para chegar na universidade. É complicado, eu sei, mas não podemos fazer nada além de chorar - e pegar o táxi, claro.

Fique atento ao aglomerado de gente esperando na saída da sala de desembarque, pois alguém da universidade provavelmente estará ali te esperando. Em algumas universidades, o International Office entra em contato com outros brasileiros matriculados na instituição para que eles peguem os novos alunos no aeroporto (pra quebrar o gelo, saca?). Preste atenção também nos anúncios que fazem no alto-falante do aeroporto, pois alguém da sua universidade pode estar te chamando por lá. Eu mesmo fiquei esperando um tempo até me tocar que os auto-falantes estavam chamando meu nome, dizendo que alguém da universidade estava lá para me pegar.

2. Cheguei no meu dormitório, como assim não tenho um quarto só meu?



A vida: ela não é fácil. Se você passou toda a sua juventude tendo privacidade e usufruindo do seu próprio quarto e banheiro: desapegue-se já. Por outro lado, se você sempre teve um irmão pentelho que ronca alto e deixa tudo bagunçado, a experiência de viver em um dormitório não será assim tão dolorosa. A universidade geralmente tenta te colocar com um roommate que tenha as mesmas características que você - não fumante, silencioso, barulhento, arrumado, etc. No momento de preencher a papelada do dormitório, você geralmente preenche uma parte que fala do seu perfil e, baseado nas suas respostas, o Residence Office te coloca com alguém que não tem nada a ver com você - mentira, às vezes as combinações dão certo.

Em algumas instituições, os alunos podem morar em casas perto da universidade, mas se o seu programa de intercâmbio for como o Ciência sem Fronteiras, esqueça, pois essas "regalias" são dadas apenas aos alunos de mestrado e doutorado. Há exceções, porém, pois algumas universidades mais desorganizadas processam o pedido de quarto de algum estudante e só depois percebem que não há mais quartos disponíveis - fuéénn. Por causa disso, já vi gente morando fora da universidade por um ou dois semestres e ficando em hotéis nas semanas iniciais de intercâmbio. Enfim, desorganização existe em todo lugar e não há muito o que se possa fazer além de ter um ataque de pelanca.

O seu roommate, indivíduo com quem você dividirá quarto, pode ser um amigo em potencial ou um grande problema. No primeiro semestre, acabei virando amigo do meu roommate, o Jacob, mas nem tudo são flores e, na nossa primeira noite dormindo no mesmo quarto, descobri que meu ronco é tiro, porrada e bomba (clicar aqui para ler a história completa). O Jacob foi compreensível e passou o resto do semestre dormindo no sofá da sala, mas em outra ocasião eu poderia ter tido problemas bem maiores. Os dormitórios são formados por vários quartos que dividem um mesmo banheiro ou, com muita sorte, são apartamentos completos - o que me salvou no caso do ronco.

No segundo semestre, dividi o quarto com um espanhol que, embora muito legal nas primeiras semanas, depois de um tempo começou a fazer sexo com o namorado dele na cama ao lado. Na terceira fornicada, pedi educadamente que ele parasse, pois além de ser constrangedor, ninguém merece ouvir a foda alheia quando você tá longe do seu namorado(a). No final do dia, entrei com uma requisição para mudar de quarto e, quando fui falar com o pessoal do Residence Office, eles me comunicaram que meu roommate já tinha entrado com uma requisição para mudar de quarto porque eu roncava demais - o que não deixava de ser verdade.

Experiências com rommates podem ser estressantes, mas o que você deve manter em mente é: roommate é alguém que você tem que fazer um esforço para viver civilizadamente durante algum tempo, embora alguns sejam sujos, bagunceiros, barulhentos e inconvenientes. Uma dica importante sobre os dormitórios é que o banheiro é um bom lugar para fazer amizades. Enquanto você escova o seu dente, alguém poder puxar um papo e, de repente assim, você encontra seu primeiro "amigo" americano. Foi em um banheiro do dorm que conheci "Agora Sim" do Otto, pois escutei algum brasileiro cantando enquanto tomava banho, até hoje não sei quem foi.

3. Hoje é meu primeiro dia de aula e ninguém me avisou que meu professor era Russo.


Quem é você na fila do pão quando entra em sala o professor japonês que a cada dez palavras ditas apenas duas você entende? O seu nível de inglês não vai te ajudar muito nesse caso e, por isso, é importante que você pegue o syllabus e leia tudo com calma. O syllabus é o documento onde consta as informações sobre a disciplina. Alguns professores mais metódicos possuem um syllabus gigante com a descrição de cada aula para cada dia do semestre, enquanto outros apenas informam o conteúdo no geral e salientam a importância das Office Hours. As Office Hours são as horas em que o professor dedica para tirar dúvidas de alunos. Assim, se você não entendeu o que o professor disse em sala de aula, vá encontrá-lo em uma Office Hour antes que seja tarde demais.

Um comentário importante sobre o syllabus tem a ver com o seu retorno ao Brasil. Na UFPA, por exemplo, apenas tive que entregar meu histórico e uma breve descrição das disciplinas para que as matérias que fiz nos Estados Unidos fossem creditadas, mas em algumas instituições no Brasil é necessário apresentar o syllabus carimbado pela universidade do exterior e assinado pelo diretor do International Office. Portanto, guardem os syllabus de todas as disciplinas que vocês pretendem creditar no Brasil, pois depois poderá ser difícil encontrá-los e, como aconteceu com alguns conhecidos, você pode acabar refazendo uma disciplina no Brasil que você já fez nos EUA por causa da famigerada burocracia.

Um outro recurso importante é o de tutoria que algumas disciplinas oferecem. Em algumas universidades é preciso pagar, mas na maioria das instituições americanas o serviço de tutoria já está incluído na sua tuition. Informe-se sobre os tutores, pois eles são anjos do céu enviados para iluminar nossos caminhos na terra. Embora alguns professores sejam receptivos, sempre existem os carrascos e, nestes casos, os tutores serão sua salvação. Os tutores de escrita também são de grande ajuda quando você tem que escrever artigos, pois eles te ajudam a melhorar o seu texto e, claro, corrigem erros gramaticais que podem comprometer a sua nota final.

4. Descobri que preciso comprar mais de $500 em livros, é isso mesmo?



Às vezes é sim. No início de cada semestre, você leva seu comprovante de matrícula na Book Store e alguém lhe dirá que livros você precisará para cada disciplina - ou pelo menos quem não sabe dos paranauês faz assim. No meu primeiro semestre segui esse processo e gastei quase $600 em livros para depois descobrir que alguns professores nem usavam a maioria dos livros e que alguns livros eu poderia ter comprado bem mais barato na Amazon ou de algum outro estudante de semestres anteriores. É interessante buscar grupos no Facebook da universidade para onde você vai, pois nesses grupos tem sempre algum veterano oferecendo ou vendendo livros antigos ou calouros perguntando se alguém tem, por exemplo, o livro de Orgânica I, Cálculo II, etc.

Em resumo, é bom esperar as aulas começarem para só depois você comprar os livros. A universidade obriga os professores a escolherem livros para as disciplinas e alguns professores acabam escolhendo livros mesmo sabendo que os livros não serão usados durante o semestre. No caso onde é necessário comprar, verifique antes se o livro não existe na biblioteca ou se, na realidade, só o que o professor quer não é algum código que te dá acesso a uma área online de exercícios. Nesse caso, é só você comprar o código de acesso e tudo ficará bem. Cada centavo que você economiza pode ser convertido em mais um dia de férias na Califórnia. Pense nisso.

5. Okay, uma semana já se passou e meu cesto de roupa suja não tem mais espaço.



As universidades oferecem lavanderias com máquinas de lavar e de secar roupa. Em alguns casos, é tudo de graça, em outros, você precisa pagar vinte e cinco centavos para cada ciclo nas máquinas - até hoje fiquei sabendo de apenas duas universidades onde as máquinas precisavam de dinheiro para funcionar. O processo é o seguinte, você compra seus sabões, líquido ou em bolinhas, joga as roupas na máquina e espera o ciclo terminar. Se você não tiver nenhuma roupa especial presente da sua tia-avó, você volta pro dormitório, caso contrário fica do lado da máquina até acabar o ciclo de lavagem para tomar conta das suas roupas (eu sempre fazia meus homework enquanto esperava a roupa terminar de bater).

Há um mistério não resolvido que cerca o processo de lavagem de roupa: meias somem. É incrível, mas a quantidade de gente que perde pares de meias em lavagens de roupas é gigante. Algumas pesquisas recentes apontam a existência de um buraco negro sugador de meias dentro das máquinas de lavar. Sendo assim, existem duas opções: ou você compra uma sacolinha própria para jogar na máquina de lavar onde você coloca meias, cuecas e calcinhas ou você compra doze pares de meias brancas. Assim, quando você perder uma, você não precisará ficar andando com pares de meia de cores diferentes.

A roupa terminou de bater? Não? Então fique por perto porque deve estar quase terminando. Algumas pessoas se enfurecem com gente que vai dormir e deixa a roupa batendo. Inclusive, já encontrei minhas roupas no chão várias vezes, pois acabei me distraindo e esquecendo de buscar a roupa na lavanderia, mas por sorte em alguns lugares é proibido tirar a roupa dos outros da máquina de lavar. No entanto, é sempre bom não abusar, certo? Finalizada a lavagem, é só levar a roupa para a secadora, ficar na torcida para que as camisas não encolham e, no momento em que a secagem terminar, tirar as roupas quentinhas e já guardá-las dobradas, caso contrário, elas esfriam, ficam todas amassadas e você terá que comprar um ferro de passar.

6. Fiz minha primeira compra na Walmart, onde guardo minhas comidas?



Primeiro de tudo é bom ressaltar que a Walmart é uma loja que não é de deus, pois você chega lá para comprar uma barra de chocolate e volta com dois suéteres novos, um microondas, um aspirador de pó e um Playstation 4. Mas digamos que sim, dessa vez você apenas voltou com comidas. Como disse antes, alguns dormitórios são apartamentos, então fica mais fácil de ter suas coisas, pois é só colocar rótulo em tudo e torcer para que você não tenha um roommate abusado. Em outros lugares, a geladeira é dividida por vários andares e não acredito que seja muito seguro guardar seus iogurtes e coca-colas nessas geladeiras públicas. Para piorar, em algumas universidades não existem geladeiras disponíveis para os alunos.

Nesse caso, fique esperto que geralmente alguns alunos que estão indo embora estão tentando se livrar de frigobares ou microondas e qualquer eletrodoméstico que você encontre de graça é um motivo de comemoração. Se você não tiver essa sorte, talvez você queira investir em um frigobar e, antes de voltar para o Brasil, você vende para os próximos brasileiros que estarão chegando - tem sempre brasileiros chegando, sempre. Mas antes estude melhor as possibilidades, nunca utilizei geladeira e sempre dependi dos restaurantes no campus e estou aqui vivo e feliz, então talvez você também não precise de uma.

7. Falando em restaurantes no campus, onde encontro arroz e feijão?


Arroz é pizza, feijão é hambúrguer e guaraná é Coca-Cola. É sério: ou você se adapta ao estilo de vida apimentado americano ou você morre de fome. Okay, posso estar exagerando, pois algumas universidades oferecem um cardápio variado, como comida japonesa, tailandesa, vegetariana ou mexicana, que lembra bastante a comida brasileira. Alguns restaurantes funcionam em forma de buffet, então você entra lá e come até bater o peso na consciência. A consequência direta dessa regalia é que todo mundo volta do intercâmbio mais gordo, mais redondo, mais disposto a ser zoado pelos amigos. Porém, as pessoas que tem problemas estomacais veem no buffet uma forma de tentar encontrar algo saudável.

No início das aulas, um crédito referente ao plano de alimentação, meal plan, é depositado no seu cartão de estudante e, com esse cartão, você compra comidas nos restaurantes da universidade e às vezes até em restaurantes fora do complexo universitário. Os meal plans não são infinitos e, enquanto algumas universidades depositam apenas um grande valor no início do semestre, outras depositam valores menores no início de cada semana, o que significa que durante a semana se você gastar além do dinheiro depositado para as três refeições diárias, você poderá chegar no sábado à noite e descobrir que não tem mais dinheiro o suficiente para comer. Já pensou? É bom que emagrece.

8. Onde queimar as calorias na terra do Obama?



As universidades possuem complexos esportivos que variam de acordo com o tamanho da instituição. Na maioria das universidades, a academia e a piscina são abertas aos alunos, mas nem sempre as academias possuem um personal trainer disponível for free e nem sempre as piscinas estão abertas, pois atletas utilizam a piscina para treinar algumas vezes. Se você pretende continuar fazendo academia nos EUA ou quer até mesmo começar um novo estilo de vida, peça alguma orientação sobre exercícios físicos com algum personal trainer antes de deixar o Brasil, pois sair fazendo exercícios aleatoriamente sem nenhuma supervisão quando chegar nos Estados Unidos pode ser uma péssima ideia.

Em todas as universidades por onde passei (quatro no total), a academia era gratuita para os alunos, com exceção da Georgia Tech em Atlanta, onde a universidade tinha um complexo esportivo gigante, mas quem quisesse usá-lo precisava pagar uma taxa de mais ou menos $100 por semestre - o que não chega a ser muito se você pensar melhor nas vantagens. Aulas de atividades extras geralmente envolvem pagamentos de taxas extras, como aulas de zumba, abdominal, bike indoor e tantas outras que sempre esqueço nome. Fiz aulas de zumba no meu último semestre e comprei um pacote de quinze aulas por onze dólares. No final, nem utilizei todas as aulas, pois começou a me dar preguiça (principalmente quando chegou o inverno). Mas para quem é mais fitness do que Netflix, recomendo.

9. Como cortar o meu cabelo?



Infelizmente, as meninas precisam desembolsar uma boa grana para cortar cabelo e, por esse motivo, todas as que conheci preferiam se reunir na casa de alguém para que uma cortasse o cabelo da outra. No final do Spring de 2014, os brasileiros na minha universidade resolveram fazer uma festa e uma das nossas amigas holandesas decidiram cortar o cabelo para a ocasião. Não lembro exatamente o valor, mas lembro de ela mencionar algo acima de $80 para apenas um corte de cabelo e apenas pensei comigo: não. Não mesmo, tanto que nos Estados Unidos eu mesmo cortei o meu cabelo durante os 16 meses que vivi por lá. Confesso que não atingi resultados fabulosos, mas sem dúvida salvei alguns trocados que foram convertidos em chocolates quentes na Starbucks.

10. Como se locomover nos Estados Unidos?



Dependendo da cidade, você pode ter que desembolsar uma graninha ou mesmo andar de graça com o seu cartão de estudante. Por exemplo, em Nova York tem o metrô MTA, que é relativamente caro, e você pode comprar um cartão onde você pode depositar dinheiro e até mesmo pode pagar um valor fixo para fazer várias viagens em um determinado intervalo de tempo (sete dias, um mês, etc). Enquanto que algumas cidades menores contam com serviço de ônibus gratuitos para estudantes da universidade local. Uma parte boa dos ônibus é que em todas as cidades por onde passei os ônibus tinham um sistema de estimativa de tempo para chegar no ponto e a estimativa nunca falhava. É bem legal chegar na parada e saber exatamente quanto tempo falta para o próximo busão. Em outras cidades mais isoladas, porém, o transporte público pode ser escasso e você pode acabar tendo que pegar táxi para se locomover.

11. Como tirar o meu cartão de crédito?



Então, esquece cartão de crédito, ou pelo menos o que a gente entende por cartão de crédito no Brasil. Infelizmente (ou felizmente) nos Estados Unidos não existe o sistema de parcelamento de compras, portanto você guarda o seu dinheiro por algum tempo para enfim poder comprar aquela câmera ou iPhone que você tanto queria. No momento da orientação acadêmica, a universidade geralmente dá orientações sobre como abrir uma conta em um banco americano e, depois de criada a conta, você recebe o seu cartão para fazer compras tanto no débito quanto no crédito. No entanto, até onde percebi, a única diferença entre crédito e débito é que quando eu comprava no crédito, eu tinha que assinar a nota fiscal, e quando eu comprava no débito, eu só tinha que digitar minha senha. No final, o valor integral era descontado de todo o jeito.

12. Que vacinas eu preciso tomar antes de ir para os Estados Unidos?



A obrigatoriedade das vacinas depende da universidade para onde você está indo. É importante entrar em contato com o seu advisor para perguntar que vacinas estudantes internacionais devem tomar para que o processo de matrícula seja finalizado. Se você chegar nos EUA ainda precisando tomar vacinas, algumas universidades podem cancelar sua matrícula e te fazer pagar uma taxa extra, enquanto que outras podem simplesmente estabelecer uma data limite para tomar as vacinas que você ainda não tomou e até mesmo te levar para tomá-las. É questão de sorte, e falo isso como alguém que passou por quatro universidades diferentes enquanto estava nos Estados Unidos.

13. Como se dá a avaliação nos Estados Unidos e qual é o nível de dificuldade?



Diferente do Brasil, onde geralmente somos bombardeados por inúmeros projetos e artigos para escrever no fim do semestre, nos Estados Unidos você é bombardeado por trabalhos de casa e projetos toda semana. No início do intercâmbio, os meus amigos brincavam dizendo que cada fim de semana nos EUA era equivalente a um fim do semestre no Brasil. De novo, claro que isso depende de professor e, até onde ouvi de conhecidos de outras universidades, também depende da própria instituição. Mas em resumo, o número de trabalho de casa ou homeworks sempre será bem maior do que você estava acostumado, acredite em mim.

Fora o excesso de homework, não percebi um padrão de avaliação. Nos meus dezesseis meses lá fora, eu tive todas as formas de avaliação: projetos de software, provas de avaliação de conhecimento como conhecemos aqui, umas com consulta e outras não, provas onde você pode levar uma folha de cola (onde você tem que fazer mágica para fazer tudo caber em uma folha), uma única prova no fim do semestre com todo o conteúdo ensinado (cuidado, essas são as piores), artigos, apresentações, etc. De fato, em relação as avaliações, não percebi padrões, então a dica é estar sempre estudando para não ser pego de surpresa.

14. Em quais disciplinas eu deveria me matricular?



Cuidado. Muito cuidado. Eu sei que você acabou de chegar em uma universidade com uma lista de disciplinas incríveis para fazer e você quer pegar todas, pois elas não são oferecidas na sua universidade no Brasil. Entretanto, pense duas vezes antes de sair se matriculando em vários cursos de nível senior (400) ou junior (300). Como mencionei antes, a quantidade de trabalhos de casa nos Estados Unidos é gigantesca se comparada ao que comumente temos no Brasil, portanto já começar um semestre com várias disciplinas avançadas pode ser sinônimo de dor cabeça. Infelizmente acompanhei alguns amigos bem inteligentes perderem a cabeça por causa do estresse ao decidirem fazer quatro ou cinco disciplinas de nível senior, por isso não caia no mesmo erro.

De início, escolha umas duas mais avançadas, uma intermediária e outra mais fácil, pois assim você consegue se adaptar aos poucos ao estilo americano e, quando você enfim estiver acostumado, você se matricula em disciplinas mais avançadas no próximo semestre. É sério, o intercâmbio é bem mais que apenas estudar por horas intermináveis e se descabelar e chorar achando que você vai ficar com um GPA abaixo de 2.0 e terá que voltar para o Brasil. Há uma infinidade de culturas a sua volta no campus e um leque de amigos para se fazer e experiências para se ter, portanto meça com calma como o seu tempo será dividido entre atividades em classe e extraclasse.

15. Como procurar por estágio ou pesquisa acadêmica para o Summer?



No caso de pesquisa, o Google é o seu melhor amigo, pois você pode ir atrás de pesquisadores e laboratórios da sua área de interesse. Com e-mails de professores em mãos, envie uma mensagem bem formal e educada indicando por que você está interessado em fazer uma pesquisa de verão com o tal professor no tal laboratório e mencione como você pode agregar valor a pesquisa do professor em três meses. Esse é um processo chato de busca e na maioria das vezes apenas conseguem pesquisas quem já trabalhava com pesquisa no Brasil e tem algum conhecimento na área, mas isso não é a regra. Uma amiga conseguiu uma pesquisa na University of Arizona sem ter nenhuma experiência, apenas por ter sido muito boa na entrevista via Skype que ela teve com o coordenador da pesquisa.

No caso de estágios, é bom começar criando um perfil no Linkedin, pois empresas grandes, em sua maioria de tecnologia, sempre postam várias vagas de Summer Internship por lá. No Linkedin que consegui meu estágio e, por isso, sempre dou essa dica para quem está atrás do que fazer no Summer. No Google também não é difícil de encontrar mecanismos de buscas para estágios de verão e esses mecanismos de busca devem ser seus melhores amigos. A cada meia hora livre que você tiver, envie seu currículo para alguma empresa. O importante é não desistir, pois eu mesmo só consegui meu estágio nos quarenta e cinco do segundo tempo.

16.  É fácil viajar dentro dos Estados Unidos?


Se você souber economizar, pode ser extremamente fácil. É claro que morar em Nova York e querer passar o break na Califórnia vai te custar um pouco caro nas passagens por causa da distância entre os dois estados, mas no geral as viagens dentro dos Estados Unidos não são assim tão caras se você unir o útil (Megabus e Greyhound) ao agradável (hostels). Os ônibus no geral são baratos, embora nem sempre sejam agradáveis, mas são bem mais em conta do que as caríssimas passagens de avião. Os hostels (ou albergues) oferecem um preço camarada, embora você tenha que dividir um quarto com vários estranhos às vezes. A vantagem dos hostels, porém, é que você sempre acaba conhecendo gente do mundo inteiro e gastando bem menos do que você gastaria em um hotel. É importante que você entenda que os EUA não é Europa, portanto fazer aquela american trip tentando imitar a eurotrip do seu amigo que tá na Europa pode custar bem caro.

17.  Eu tenho menos de 21 anos, o que posso fazer numa sexta-feira à noite?


Ir na igreja, assistir Netflix, se reunir com alguns amigos pra jogar conversa fora ou apenas dormir. É difícil, eu sei, ser de maior no Brasil e de repente chegar aqui e não poder beber e nem poder entrar na maioria dos bares e festas, mas se você é menor de 21 nem adianta ir para as festas achando que o segurança vai só te olhar, soltar um sorrisinho e deixar você entrar de boa, pois isso não vai acontecer. Infelizmente já vi alguns amigos tendo que voltar pro campus enquanto todos entravam na balada, portanto não passe pelo mesmo constrangimento se você é menor de 21. A questão da idade é tão séria que nos supermercados, para comprar álcool, mesmo quem visualmente já tem mais de 80 anos precisa apresentar a identidade para comprovar que tem mais de 21. Outra dica importante: tente tirar a ID do estado onde você mora, pois andar com o passaporte para cima e para baixo enquanto você faz twerk na balada pode não ser a decisão mais inteligente a se tomar.

18.  O que eu faço se a minha pergunta ainda não foi respondida?



Deixe a sua pergunta nos comentários abaixo que eu responderei com todo prazer. No meio dessa temporada no exterior, eu recebi ajuda de muitas pessoas gentis e acho que não há melhor forma do que retribuir essa gentileza do que sendo gentil com quem está se preparando para essa aventura. Se você quiser saber mais sobre as minhas experiências de intercâmbio, é só ir em colunas, clicar na opção Intercâmbio no menu e se preparar para dar algumas risadas.

19 comentários:


  1. Muito bom! Você escreve muito bem e eu adorei todas as dicas. Já que você abriu oportunidade para mais perguntas, tenho uma que ainda diz respeito a menores de 21 anos: planejo ir durante os breaks longos pro Canadá/México, entretanto só terei 20 anos, é possível viajar mesmo assim ou preciso desistir?

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    1. Oi, Lari. Obrigadão!

      É possível viajar sim, desde que o IIE libere sua papelada! Eles sabem que os intercâmbistas não podem sair dos EUA por causa do contrato que fazemos com a Capes, mas eles também não dizem "não saiam" e liberam quando pedimos autorização. Essa autorização significa que se você quiser sair, você precisa entrar em contato com seu técnico do IIE, depois precisa mandar seu DS para que eles carimbem e assinem e esperar o DS de volta pelo correio. Depois disso, você vai conseguir sair dos Estados Unidos e depois voltar sem ter problemas com a imigração na volta. Mas quanto ao Canadá, acredito que precisas ter um visto canadense para entrar lá, já em relação ao México, parece que quem tem visto americano não precisa tirar visto mexicano (mas busca isso com calma).

      PS: maior de idade no Canadá é 19 e no México é 18, portanto com 20 anos não vais ter problemas ou impedimentos.

      Um abraço.

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  2. Adorei o texto, com certeza esclareceu muitas dúvidas e me deixou mais tranquila em muitos aspectos. Gostaria de saber um pouco mais sobre o estágio. Estou meio perdida quanto a isso. Fazemos o estágio quando acabamos o Summer Semester ou não ? E o que significa term A and term B no Summer Semester ? Fazemos os dois ou escolhemos um term ?

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    1. Oi, Giordana.

      Então, é o no Summer que vocẽ faz o seu estágio, mas existem duas situações diferentes: quem fica um ano e meio nos eua e quem apenas fica um ano.

      (1) Quem fica um ano geralmente chega em agosto pro Fall semester (agosto - dezembro), depois faz o Spring semester (janeiro - maio) e depois o Summer semester. No caso dessas pessoas, caso elas arranjem um estágio, elas ficarão o Summer nos EUA e receberão o dinheiro para o tempo do estágio e depois voltam para o Brasil (geralmente no início de agosto). Sendo assim, o ciclo é fechado.

      (2) Quem fica um ano meio geralmente chega em agosto pro Fall semester e faz só inglẽs (agosto - dezembro), depois faz academic no Spring (janeiro - maio), depois tem o Summer e depois de novo outro Fall semester. Como os bolsistas que se enquadram nessa categoria não voltam para o Brasil depois do Summer, algo precisa ser feito com eles caso eles não consigam estágio ou pesquisa. Isso significa que se você encontrou estágio ou pesquisa pro Summer, ótimo, você vai estagiar e quando o seu estágio terminar você volta para a universidade para cursar o Fall semester. Caso contrário, se você não conseguiu nada, então você pode ficar na universidade de fazer algum curso de verão. Os cursos de verão, porém, não duram o Summer inteiro (pelo menos a maioria), então geralmente tem o Term A que vai até o meio do verão e depois o Term B que é do meio até o fim. No meu edital, os bolsistas podiam escolher entre fazer apenas um Term e passar o outro de boa sem fazer nada, mas não sei como está isso agora nos novos editais. Algo interessante sobre os cursos de férias é que eles não necessariamente precisam ser na sua área. Podes fazer espanhol, desenhos, etc. Pois afinal, eles não podem te mandar de volta para o Brasil se você não conseguir estágio, pois você ainda tem o Fall semester para estudar.

      Espero que tenha dado para entender.

      Um abraço.

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  3. Texto muito bom meesmo! Parabéns!
    Tenho uma dúvida: se durante os breaks o housing da minha uni fechar, o IIE manda algum dinheiro adicional para cobrir os custos de hospedagem em outro local? Tinha ouvido algo sobre isso antes, mas não vi nada no TOA...
    Obrigada!

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    1. Oi, Marcella. Obrigado!

      Então, existem três breaks por assim dizer.

      O winter break, onde são depositados 1200 dólares para você providenciar o que pode faltar ou não. Se você vai sair para o break e depois voltar para a uni, às vezes você pode deixar suas coisas lá, às vezes não, tem que retirar tudo e alugar algum depósito na casa de alguém.

      O spring break é de uma semana e esse valor de 1200 dólares também auxilia para o spring break. Como o spring break é de uma semana e como geralmente todos os alunos internacionais podem continuar vivendo no campus sem problema algum, então por isso eles não dão um valor extra, até porque eles dizem que a gente tem que usar com "consciência" a bolsa mensal, pois eventualmente poderemos usá-la em algum break.

      Enfim, tem o summer que é um break longo e mais complicado. Se você não conseguir estágio e nem pesquisa, então você basicamente vai ficar na sua universidade e vai ter moradia e refeição sem adicionais, mas caso você esteja se mudando para outra cidade para fazer o estágio, então o IIE calcula os dias e de acordo com uma tabela deles, eles definem quanto devem te dar. Por exemplo, vamos dizer que as aulas na sua universidade terminam dia 15 de Maio e o seu estágio comece dia 1 Junho. Como você não vai passar o Summer na universidade, você não tem direito a ficar na uni com as suas coisas, então a IIE vai calcular quando você deve receber para se sustentar nesse "gap" de 16 dias (casa + alimentação). Se você tá se mudando para outro lugar para fazer o estágio, a IIE também dá auxílio deslocamento de novo, passagem, etc, então já alivia um pouco.

      Um abraço.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Entendi! É que rolaram alguns boatos que nesse edital não teria esse adicional, mas achei estranho pelo fato de que fica um pouco apertado para se manter só com o valor da bolsa. Aproveitando sua resposta, vou já fazendo outra pergunta (sério, desculpa, mas é difícil encontrar alguém tão disposto a ajudar os outros): Estava olhando o calendário da minha uni e vi que esse winter break é bem longo, se contar a diferença entre o último dia de aula do fall e o primeiro do spring. É esse tempo todo, quase um mês, ou temos que voltar antes para alguma atividade?
      Outra coisa, baseado na sua experiência com o dinheiro lá, você acha que economizando em roupas, eletrônicos e tal (levando em conta também que minha cidade é bem pequena e não tem tanta opção de lazer), dá pra viajar em todos os breaks?

      Juro que não vou mais ficar aqui perguntando tanto, hahaha. Muito obrigada.

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    4. Podes perguntar tudo o que quiseres sem problema nenhum!

      Então, às vezes é mais ou menos por aí mesmo, só que, por exemplo, em algumas universidades as aulas terminam dia 13 de Dezembro, mas os estudantes tem até dia 20 e tantos para sair do dormitório. Em outras tem que sair até 16h depois da última prova que você fez. Onde eu estava estudando, me permitiram voltar para uni uma semana antes de começar as aulas, então basicamente passei uns 20 dias fora, mas ainda assim doeu no bolso. Eu fui pra NYC, gaste pencas com hotel, me alimentei de pão de forma e geleia de uva e economizei tudo o que eu consegui economizar. Eu lembro que cheguei até a pedir uma grana pros meus pais pra conseguir me divertir mais um pouco.

      Então, você consegue viajar economizando, não por todo os EUA, mas já dá pra ir para alguns lugares legais - para que universidade estás indo? Eu só não economizei tanto pois comprei tablet, kindle, notebook, celular, livros, mil roupas, etc, mas se você for boa com economias, vais ter uma graninha legal. Como você não paga housing e alimentação, boa parte das suas despesas serão com confras com os amigos, uma ida em algum bar no fim da semana, etc.


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    5. Vou para Michigan Technological University. Meu namorado caiu numa cidade perto de NYC. O problema é que os preços de passagem de avião nos EUA são bem salgadinhos, como você disse. No início fiquei bem chateada por ficar longe, mas a experiência é única. Por isso, queria muito economizar para poder viajar e encontrar com ele pelo menos nos breaks. Fico com muito medo de não ter dinheiro suficiente :(
      Ele vai ficar em um apartamento off campus (a uni não tinha mais alojamento no campus) com mais umas quatro pessoas, mas com quarto individual. Não sei se ele pode hospedar alguém (no caso euzinha haha). Não saber das coisas me deixa tão aflita, e contando com a ansiedade que eu já estava para esse intercâmbio, sdds vida, só penso nisso dia e noite.
      Já li todos os posts sobre o intercâmbio. Ganhou uma admiradora aqui. Beijos

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    6. Marcella, mas Michigan não fica ali perto de Nova York? Busca tua passagem no https://www.google.com/flights/ e vê se encontras alguns preços camaradas por lá.

      O apartamento dele foi alugado por ele ou é um prêdio da universidade? Pois se ele tá alugando com outros estudantes selado que ele pode te receber, caso contrário fica difícil. PORÉM, um amigo que tava estudando na NYU me deixou ficar 5 dias no dormitório dele que era no mesmo esquema, não era na universidade, era um prédio em Downtown, embora o prédio fosse da universidade e todos os que moravam lá fossem alunos da NYU.

      Obrigado, Marcella :)

      Um abraço.

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    7. Fica, mas minha cidade fica na parte norte, ou seja, ainda tem um lago gigante no meio, hahaha.
      Então, até onde eu sei é um condomínio comum, a uni vai alugar apartamentos para alocar os estudantes. Não acho que seja um prédio exclusivo para os estudantes de lá. Mesmo assim,eu realmente não faço ideia se vou poder ficar ou não.
      Torcendo para que se não puder ficar quanto tempo quiser, pelo menos possa alguns dias. Isso já seria bem util para não gastar minha vida com hotel, hahaha...
      Abraço, Elder!

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  4. Olá,

    gostaria de saber o que devo levar de bagagem para a viagem e como devo dividir as bagagens??? Eu nunca viajei de avião e portanto não tenho ideia de como organizar minha mala.

    Obrigado.

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    1. Oi, Allan!

      Eu te recomendo a levar o básico como roupas, sapatos, e outros itens pessoais que você não pode passar um dia sem. O resto, como lençóis, travesseiros, colcha de cama ou barbeador, deixa para comprar lá. Eu levei uma mala apenas quando fui e ainda assim tive que jogar tanta coisa fora pois não deu tudo nas malas na hora de voltar (o limite é de 2 sem taxa extra).

      Sem contar que você não sabe o quanto vai se locomover lá. Eu, por exemplo, cheguei para fazer inglês na Genesee Community College, depois tive que ser transferido para a State University of New York at Geneseo e nessa transferência joguei muita coisa fora - e olha que mesmo assim eu ainda três malas, mas a vantagem é que eu poderia ir de ônibus para a outra universidade, então joguei muita coisa fora, mas ainda continuei com muita coisa. Nessa época eu já tinha mil roupas, casacos, cachecóis porque o frio em Nova York é porrada. Depois consegui estágio em Atlanta, longe para caraleo de Nova York, agora imagine indo para Atlanta com três malas e pagar por cada mala porque voos domésticos nos EUA você paga por todas as malas que você tem, só em algumas bem poucas companhias que não? Enfim, joguei MUITA coisa fora, outras deixei em uma caixa para um amigo me enviar por correio depois e cheguei em Atlanta com apenas uma mala. Depois passei um mês na Califórnia e como iria viajar de busão lá dentro da California (San Diego -> Los Angeles -> San Francisco), tive que ter só mais uma mala, pois mais uma vez em apenas três meses de estágios juntei coisa pra cacete e depois tive que jogar tudo fora. Enfim, no último semestre fui transferido para a University of Montana e dessa vez aprendi a lição e evitei comprar mais coisas, recebi a caixa de Nova York com as roupas de frio que um amigo me enviou e no final ainda voltei para o Brasil com duas malas cheias e uma carry on quase explodingo. Resumo da história: você vai acumular muita coisa sem perceber, por isso não é bom levar coisas desnecessárias daqui do Brasil lá pra fora.

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  5. Oii Elder. Pra entrar em shows também precisa ter 21 anos? ;(

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    1. Oi!

      Fui em dois shows, do Two Door Cinema Club em Nova York e da Beyoncé com o Jay-Z em Atlanta e nós dois shows os meus amigos abaixo de 21 entraram comigo, então acho que pode sim. Se não me falha a memória pra ir em shows você só precisa ter acima de 18.

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  6. Nos dormitórios pode dormir gente de fora? Não tem fiscalização?

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    1. Em alguns dormitórios pode, em outros não. Em alguns só pode dormir gente do mesmo sexo, digamos, se é dorm masculino, então só podem dormir homens, etc. É bem relativo, tem que ver com a universidade mesmo.

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